terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O PATO DA FIESP ERAM OS PRÓPRIOS INDUSTRIAIS...


Depois de apoiar ativamente a derrubada da presidente Dilma Rousseff (PT), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) encerrou 2016 com resultados catastróficos, com quedas em todos os pontos da pesquisa "Indicadores Industriais". O faturamento foi o indicador com a maior queda no ano passado. Ele retrocedeu 12,1% na comparação entre 2015 e 2016. Os indicadores de produção também tiveram um forte recuo no ano, com uma queda de 7,6% nas horas trabalhadas e 7,5% no nível de emprego. A comparação é com 2015. "Os dados do mercado de trabalho continuam negativos, isso é um indicador da capacidade de compra dos trabalhadores e mostra dificuldade da economia retomar seu crescimento", diz o gerente-executivo de política econômica, Flavio Castelo Branco.


As informações são de reportagem de Lucas Marchesini no Valor.
"Castelo Branco destacou que 'a grande ociosidade no parque industrial significa taxa de rentabilidade muito baixa ou negativa, o que é impeditivo não só da retomada do investimento como fragiliza a sua situação financeira'. Na passagem de novembro para dezembro, os indicadores subiram 1% e 0,2%, respectivamente.
A alta no nível de emprego foi a primeira depois de 23 meses consecutivos de recuo, destacou Castelo Branco. Apesar disso, os indicadores de renda na indústria caíram tanto entre novembro e dezembro quanto na comparação entre 2015 e 2016. O ano terminou com recuo de 1,6% na massa salarial e queda de 1,2% no rendimento médio. No ano, o recuo foi de 8,6% para a massa salarial e 1,2% para o rendimento médio real. Os dados são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), por sua vez, teve uma queda entre novembro e dezembro na série dessazonalizada, ao passar de 76,4% para 76%. "A UCI terminou 2016 no menor nível histórico, indicativo de grande folga que existe na indústria, o que é limitador da retomada de investimento", diz o economista."

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sábado, 21 de janeiro de 2017

"ACORDÃO" PODE REPRESENTAR A DESMORALIZAÇÃO DO PT E PCdoB...





Os dois partidos que foram mais aguerridos contra o golpe de Estado que culminou com a deposição da presidente eleita Dilma Rousseff, o PT e o PCdoB, tendem a perder muitos filiados se confirmarem apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), na Câmara, e à eleição de Eunício Oliveira (PMDB-CE), no Senado, como sinalizam as respectivas direções partidárias.
Dirigentes petistas e comunistas contrários ao “acordão” confidenciaram ao Blog do Esmael o temor com uma possível debandada em ambas as agremiações, caso realmente elas apoiem os golpistas no Congresso no dia 2 de fevereiro.
Segundo o TSE, o PCdoB tem 392 mil filiados e o PT tem 1,6 milhão em todo o país.
O PSOL seria o destino mais provável para filiados “desgostosos” com o PT e o PCdoB. Mas a avaliação é que uma penca de petistas e comunistas fique numa espécie de “purgatório”, sem filiação partidária, como ativistas sociais em frentes de luta.
Como reflexo desse descontentamento com a política de “esquerda” pró-golpistas, nas direções das mesas da Câmara e do Senado, há uma crescente desmobilização da militância petista já sentida na convocação para o 6º congresso nacional em abril, que é precedida de uma eleição interna nas instâncias inferiores (estaduais e municipais).
Dos cerca de mil diretórios municipais em todo o país, apenas 66 estariam aptos a participarem do Processo de Eleição de Delegados (PED) deste ano de 2017. Em virtude disso, o PT decidiu dilatar os prazos para as regularizações.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

TEMER ESTÁ PROMETENDO EMPREGOS...MAS ONDE?





Como será possível reempregar mais de 15 milhões de pessoas ?

Como será possível recuperar empresas que faliram ?

Como será possível empregos com a economia na lona ?

Como empregar tantos milhões ?

Será que Temer acha que somos ingênuos ?

247 – De cada três desempregados no mundo em 2017, um será brasileiro. Ou seja: mesmo tendo 3% da população mundial, o Brasil provocará 33% das demissões globais (leia aqui).
Além disso, o governo federal atrasou a parcela de janeiro dos brasileiros que perderam o emprego no fim do ano passado (leia aqui).
Apesar desses números catastróficos, Michel Temer concedeu entrevista à Reuters e se disse focado na recuperação dos postos de trabalho.
Em tempo: 1,2 milhão de brasileiros serão demitidos neste ano, segundo a OIT.
Leia abaixo a entrevista de Temer:

Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira que sua maior preocupação é com o desemprego, mas admitiu que a retomada das contratações pode demorar, já que, mesmo com a esperada recuperação da economia, as empresas têm capacidade ociosa a preencher antes de retomarem contratações.
"Nós temos que nos ater muito à questão do desemprego, essa é a principal preocupação, e isto significa o crescimento da economia", afirmou o presidente em entrevista à Reuters no Palácio do Planalto. No trimestre encerrado em novembro, último dado disponível, a taxa de desemprego do país estava em 11,9 por cento, atingindo um recorde de 12,1 milhões de pessoas.
Otimista, Temer aposta em uma retomada do crescimento econômico no segundo semestre deste ano, mas admite que não deve haver um retorno das contratações no mesmo ritmo.
"Acho que este ano o país cresce a partir do segundo semestre", disse. "Mas não vamos também nos iludir que logo agora vamos ter a solução para todos os problemas, por uma razão muito singela: muitas empresas demitiram, mas muitas mantiveram sua capacidade ociosa."
"Então, quando se retoma o crescimento, num primeiro momento as empresas passam a usar essa capacidade ociosa, o trabalhadores que estão lá, e depois começam as contratações", acrescentou.
"É muito provável que ainda neste semestre a capacidade ociosa das empresas seja utilizada por elas, mas nós pensamos que, a partir do segundo semestre ou de meados do segundo semestre, o desemprego já comece a diminuir e o crescimento venha de uma vez."
Projeções divulgadas nesta segunda-feira apontam para um PIB positivo este ano. O Fundo Monetário Internacional divulgou nesta segunda-feira uma estimativa de crescimento de 0,2 por cento, menor do que a previsão anterior, de 0,5 por cento. Já o relatório Focus do Banco Central, também desta segunda mantém a projeção de expansão em 0,5 por cento. O governo trabalhava com um crescimento em torno de 1 por cento, depois de dois anos seguidos de quedas significativas.
Em dezembro, os indicadores de confiança dos setores da construção, de serviços e da indústria, além dos consumidores, recuaram para o menor patamar desde meados de 2016.
Apesar destes números e da previsão de um baixo crescimento este ano, Temer nega que a retomada econômica esteja demorando mais do que o esperado.
"Discordo que está demorando, estamos aqui há a sete, oito meses e já tomamos muitas medidas. Na verdade, estávamos numa recessão profunda e o primeiro passo é sair da recessão. Você só tem crescimento fora da recessão."
O presidente cita, ainda, a queda na inflação e a redução dos juros como uma vitória da política econômica do governo.
"Quando chegamos aqui a inflação anunciada era de 10,7 (por cento), caiu para 6,29 (por cento).Então em seis meses caiu para 6,29 a inflação. Em um segundo ponto, já fizemos duas reduções dos juros, que baixaram 0,50 ponto em um primeiro momento e agora, até para a surpresa de muitos, 0,75 ponto", disse. "Quando você reduz a possibilidade de uma inflação mais alta tem chance de reduzir os juros."
O presidente, que assumiu interinamente o comando do país em maio e definitivamente no final de agosto do ano passado, referiu-se à inflação de 2015, que foi de 10,67 por cento, e a de 2016, que ficou em 6,29 por cento. Sobre os juros, ele citou as duas reduções de 0,25 ponto percentual na taxa básica pelo Banco Central, além do corte de 0,75 ponto realizado na semana passada.
REFORMAS
O governo, disse Temer, está encontrando formas de injetar recursos na economia, como a liberação de contas inativas do FGTS e a redução dos juros do cartão de crédito, e está trabalhando pelas reformas, que são sua prioridade.
O presidente admite que as reformas propostas são difíceis, especialmente a da Previdência, e que protestos devem acontecer, mas que a oposição não é à reforma como um todo, mas a alguns pontos. De acordo com o presidente, o governo aceita negociar alguns temas, mas a idade mínima de 65 anos está fora de questão.
"Evidentemente, o caso da idade fica difícil você negociar. A idade é fundamental para esta reforma", afirmou. O governo aceita negociar outros pontos polêmicos que já foram citados por líderes no Congresso como difíceis de serem aprovados. Entre eles, a desvinculação do Benefício de Prestação Continuada --pago a pessoas com deficiência-- do reajuste do salário mínimo e a necessidade de contribuição de 49 anos para que o trabalhador receba o valor máximo da aposentadoria.
"Em vários países a regra tem sido essa. Você não ganha aposentadoria integral, ganha uma aposentaria parcial. Mas isso vai ser debatido lá. Se o Congresso decidir de outra maneira, tem que se cumprir", disse.
Temer garantiu que a reforma da Previdência, que começará a ser discutida a partir de fevereiro em uma comissão especial, será aprovada este ano. E defendeu ainda a discussão da reforma trabalhista, também já apresentada pelo governo.
"Este é um governo de reformas e sendo um governo de reformas é um governo preparatório para o governo que virá em 2018", afirmou.
Temer voltou a negar que possa ser candidato à reeleição em 2018, mesmo que consiga recuperar a economia e seu partido, o PMDB, peça que aceite o encargo.
"Eu espero apenas cumprir essa tarefa e deixar que meu sucessor possa encontrar um país mais tranquilo", disse.
Não nega que o PMDB possa apresentar um nome, mas afirma que é "muito cedo para isso" e lembra que tem uma base ampla, de onde pode sair mais de um candidato. Mas previu que a discussão só virá à luz, "lá por maio do ano que vem".
Em um ano que deve trazer à tona mais delações premiadas da operação Lava Jato, que podem atingir diretamente a base do governo, o presidente tentou não mostrar preocupação com os efeitos que as denúncias possam ter sobre sua administração.
Ao ser questionado se há possibilidade das investigações desestabilizarem seu governo, respondeu: "Zero. Não há a menor possibilidade disso."
As informações das delações da empreiteira Odebrecht reveladas até agora apontam para diversos acusados de irregularidades, incluindo alguns nomes próximos a Temer, entre eles o ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Wellington Moreira Franco. Todos negam envolvimento.
No cenário internacional, Temer descartou que o governo possa ter dificuldades com o mandato do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o presidente, as relações entre os países são institucionais.
Disse ainda que, embora Trump não tenha assumido, até o momento não está vendo "nenhum gesto que comprometa o investimento norte-americano aqui no Brasil".
(Com reportagem de Maria Pia Palermo e Daniel Flynn)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

FALOU A VERDADE E FOI DEMITIDO DE AFILIADA DA GLOBO NO AMAZONAS



Por Anderson Scardoelli, do Comunique-se - “Desse governo nada mais me assusta”. Um dia depois de fazer esse comentário direcionado ao governador do Amazonas, José Melo (Pros), o jornalista Clayton Pascarelli foi demitido da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo em boa parte da região Norte do país. A frase foi ao ar durante a edição de terça-feira, 3, do ‘Bom Dia Amazônia’. Na manhã de quarta, 4, já sem apresentar o noticiário que comandava desde janeiro de 2013, o comunicador recebeu a notícia de que estava fora dos planos da emissora.
Horas depois de ser comunicado de que não era mais funcionário da empresa de comunicação, Pascarelli usou a fan page que administra para comentar a oportunidade de trabalho que durou 11 anos, com ele começando como estagiário e passando pelas funções de produtor e repórter antes de se tornar um dos âncoras do canal. Em seu post, o jornalista pontua que sempre teve a emissora com a sua casa e fez questão de agradecer aos fundadores da emissora: Milton Cordeiro e Phelippe Daou, que morreram em 2016. “Agradeço imensamente […] pela isenção, credibilidade e liberdade que me deram”.
Apresentador confirmou publicamente que estava fora da afiliada da TV Globo (Imagem: Reprodução/Facebook)
Em seu posicionamento a respeito da saída da Rede Amazônica, o jornalista não cita a possibilidade de a demissão ter algum tipo de ligação com o comentário feito ao vivo. A relação da frase dita na terça com a dispensa foi levantada primeiramente pelo site Parintins 24 horas, que chegou a repercutir que o público usou as redes sociais para demonstrar apoio ao profissional que perdeu o emprego – o nome do comunicador chegou a ocupar os trending topics, lista dos termos mais comentados no Twitter.
Funcionários da empresa manauara ouvidos pelo Portal Comunique-se reforçam a ideia de que a decisão de demitir Pascarelli tem a ver com a frase soltada durante o ‘Bom Dia Amazônia’. Os profissionais que conversaram com a reportagem – e que por razões óbvias pediram para que seus nomes não fossem divulgados – relataram que o diretor e um dos sócios da Rede Amazônica, Aluísio Daou, chegou à redação gritando que seu telefone não parava de tocar “por causa do comentário do apresentador”, disse uma das fontes que garante ter presenciado a cena.
Com a história, a reportagem do Portal Comunique-se tentou falar com o diretor de jornalismo da Rede Amazônica, Luís Augusto Pires Batista, mas foi avisado que ele está de férias. Por e-mail, a gerente de jornalismo do canal, Ercilene Oliveira, informou que a empresa ainda “irá se pronunciar oficialmente sobre o assunto”. No contato eletrônico, a reportagem questiona os motivos que levaram a emissora a demitir o jornalista e se tal decisão tem a ver com o comentário disparado contra o governo amazonense.
Demitido pode virar concorrente
Formado em comunicação social e pós-graduado em jornalismo investigativo pela ESPM do Rio de Janeiro, Pascarelli estava na Rede Amazônica desde 2006. Agora, fora da afiliada da Globo, ele pode acabar por se tornar um concorrente direto da emissora. Informações dão conta que o comunicador já recebeu proposta da TV A Crítica, afiliada da Record que tem planos de dar a ele o comando da nova versão local do ‘Cidade Alerta’, que está para ser implementada. Ainda sem acertar seu futuro na imprensa, o apresentador segue como conselheiro fiscal da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Manaus em pauta pelo mundo
A demissão de Pascarelli acontece na semana em que o governo comandado por José Melo se vê em meio à matança propagada por facções nos presídios do estado. A guerra prisional entre a Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem chamado a atenção da imprensa nacional, que tem enviado equipes para Manaus, e até da mídia estrangeira, que, conforme o Portal Comunique-se registrou ao reproduzir notícia da Agência Brasil, repercutiram o caso que resultou em mais de 60 detentos assassinados.