Cardozo vai pedir de novo ao presidente do STF que gravações de Machado sejam anexadas na defesa de Dilma
Agencia Brasil-Mariana Jungmann - A Comissão
Processante do Impeachment começou os trabalhos nesta segunda-feira (20) com um
pedido da defesa para que o conteúdo da delação premiada do ex-presidente da
Transpetro, Sérgio Machado, fosse juntado aos autos do processo contra a
presidenta afastada Dilma Rousseff.
O advogado de Dilma, José Eduardo
Cardozo, alegou que os áudios nos quais Sérgio Machado conversa com
parlamentares do PMDB sobre a possibilidade de um pacto nacional para estancar
a Operação Lava Jato, caso Dilma fosse afastada e Michel Temer assumisse a
Presidência, demonstra o desvio de finalidade na admissibilidade do processo de
impeachment.
A comissão apoiou o relator do
processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), contrário à juntada da delação
aos autos. Cardozo já tinha apresentado esse pedido anteriormente, mas ele foi
negado tanto pela comissão quanto pelo presidente do processo, ministro Ricardo
Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Cardozo, Lewandowski não acolheu
seu pedido porque, na época, a delação ainda estava sob sigilo, que foi
removido semana passada. Diante da nova negativa da comissão, o advogado pode
voltar a apresentar o recurso sobre o pedido ao presidente do STF.
Após a votação de requerimentos sobre
questões práticas relacionadas ao processo, os senadores iniciaram as oitivas
do dia pelo depoimento do ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil da
Presidência da República, Ivo da Motta Azevedo Correa.
Ainda hoje devem ser ouvidos o
ex-ministro da Educação, Renato Janine Riberio, o diretor do Departamento de
Programas Sociais da Secretaria do Orçamento Federal, Felipe Daurich Neto, e e
o ex-secretário executivo adjunto da Casa Civil, Bruno Moretti.